A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) recebeu, na última terça-feira (9), os relatórios finais de uma parceria firmada com o Banco Mundial para o desenvolvimento do projeto de implantação de um corredor multimodal de transportes na área de influência do rio São Francisco. Os relatórios foram entregues ao presidente da Companhia, Elmo Vaz, em reunião realizada no escritório do Banco em Brasília.
Os estudos do Banco Mundial indicam ações necessárias à revitalização e à integração das estruturas hidroviária, rodoviária, ferroviária e portuária dos estados que compõem a bacia do São Francisco. A hidrovia seria o eixo condutor desse corredor integrado de transportes. Os relatórios apresentam diagnósticos, análises de fluxo de cargas, plano de ações a serem empreendidos até o ano de 2030, modelos de gestão, estimativas de custo em diferentes cenários, alternativas de financiamento e melhores práticas internacionais.
“A Codevasf tem muito interesse na existência de um corredor multimodal nessa região porque a empresa tem a atribuição de promover desenvolvimento no vale do rio São Francisco. Grandes projetos de irrigação e o trabalho de agricultores familiares recebem o apoio da Companhia na bacia. Os produtores precisam escoar seus produtos e receber insumos em suas propriedades a preços competitivos”, afirmou Elmo Vaz no encontro.
A implantação do corredor de transportes faria cair os custos da circulação de mercadorias e pessoas na bacia do São Francisco. Além disso, o desenvolvimento do potencial hidroviário do rio atrairia novos empreendimentos, estimularia o uso sustentável dos recursos hídricos e tornaria menos poluente a matriz de transportes da região, já que o transporte hidroviário requer menor consumo de combustíveis fósseis do que o rodoviário e o ferroviário.
“Os desafios desse projeto são grandes. O trabalho que realizamos foi um esforço coletivo. Agora o projeto de implantação tem de seguir também um modelo coletivo. Os esforços precisam ser articulados, em processos do governo federal, dos governos estaduais e do setor privado. Precisa-se de um veículo institucional que acompanhe esses processos”, avaliou na ocasião o coordenador-geral do projeto no Banco Mundial, Lincoln Flor. “O corredor traz oportunidades de trabalho, de investimentos e de geração de renda que podem reduzir os níveis de pobreza do Nordeste”, acrescentou.
De acordo com informações presentes nos relatórios do Banco Mundial, há hoje demandas potenciais e reprimidas de fluxo de cargas no sentido sul-norte do rio São Francisco (à jusante) de itens como cimento (MG); milho em grãos (MG, MT e GO); pluma de algodão (BA); fertilizantes (GO); implementos agrícolas (GO); veículos (MG e GO); insumos de construção civil (MG, BA e GO) e areia (MG e BA); álcool anidro e hidratado (SP, MG e GO); biomassa em peletes (MG); metais ferrosos (BA); metais não-ferrosos (BA) e soja em grãos (BA). No sentido norte-sul (à montante) estão entres as demandas potenciais e reprimidas gesso para construção civil a granel (PE); placas e artefatos de gesso (PE); fertilizantes (BA e PE); veículos (BA); gasolina e diesel (BA e PE); soja em grãos (BA); insumos de construção civil: areia (MG e BA); metais ferrosos (BA); biomassa e fibra de coco (PE e BA).
“A minha sugestão para o grupo que acompanha o projeto em diferentes órgãos de governo é de que apresentemos nos próximos meses um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para que a iniciativa privada se manifeste e apresente propostas tendo em perspectiva uma parceria público-privada”, disse Elmo Vaz na reunião.
Fonte: Ascom Codevasf
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