Por conta da estiagem nos três últimos meses do ano passado e do excesso de chuva em janeiro, seguido por 38 dias de seca em fevereiro, os produtores do oeste baiano amargam uma quebra de safra de 33% na cultura da soja e 39% na safra do milho, ocasionando redução no valor bruto de produção de, aproximadamente, R$ 2 bilhões na produção agrícola da região oeste.
Este foi o diagnóstico apresentado ao governo baiano pelas associações de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e dos Produtores de Algodão (Abapa), além dos sindicatos dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães e de Barreiras. As entidade solicitam a decretação de estado de emergência para nove municípios da região, considerada um dos principais polos agrícolas do país.
Representantes das entidades já fizeram o apelo pessoalmente ao governador em exercício, João Leão, e ao secretário de Agricultura, Vítor Bonfim, em audiência na semana passada no Centro Administrativo, em Salvador. Até o momento beneficiados pelo câmbio favorável às exportações, os produtores agora são obrigados a enfrentar as barreiras climáticas para a efetivação de negócios no mercado externo. Com o reconhecimento do estado de emergência, será possível permitir aos agricultores renegociar débitos nas instituições financeiras. A maioria tem dívidas que começam a vencer a partir de 30 de abril.
“Outra seca como essa registrada na região ocorreu pela última vez apenas em 1989 e agora tem causado sérios prejuízos aos produtores”, lembrou o presidente da Aiba, Júlio Cézar Busato. Os produtores do oeste ainda querem ajuda do governo baiano para outros dois assuntos: evitar que a nova norma da Corregedoria do Tribunal de Justiça da Bahia dificulte que os produtores tenham acesso a crédito nas instituições financeiras, e intermediar marcação de audiência com a presidente do Ibama para efetuar o desembargo de milhares de hectares na região.
“Todos os assuntos são urgentes”. afirmaram os produtores, que estiveram na audiência acompanhados por lideranças políticas da região.
“Mudança drástica”
“Apesar da pouca quantidade de chuvas nos meses de outubro, novembro e dezembro, as lavouras estavam bem formadas, e, mesmo com o excesso de chuvas de janeiro, elas tinham um alto potencial produtivo, prometendo uma das melhores, se não a melhor safra da região”, explicou Busato, completando: “Infelizmente, as precipitações cessaram no final de janeiro e em fevereiro a média foi de cerca de 50 mm, ocasionando uma mudança drástica na situação das lavouras, de forma generalizada, sendo que em alguns casos já ocorreu a morte precoce das plantas”.
Busato solicitou que a Coordenação Estadual de Defesa Civil (Cordec) avalie a situação nos municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Formosa do Rio Preto, Baianópolis, Jaborandi, Cocos, São Desidério, Riachão das Neves e Correntina. A ideia é que o órgão constate a necessidade do estado de emergência.
A Tarde
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