Desequilíbrio climático muda cenário da agricultura e compromete a produtividade

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As chuvas esperadas para os meses de outubro, novembro e dezembro de 2015 só caíram em janeiro de 2016. Apesar de atrasadas, chegaram em tempo e quantidade suficientes para encher os produtores de expectativa. O 2º levantamento realizado pelo Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) apontava para uma boa safra. A confirmação dos números, entretanto, dependia da manutenção do índice pluviométrico durante o mês de fevereiro, o que não aconteceu, gerando um déficit hídrico e muita preocupação aos agricultores.

O cenário, que até bem pouco tempo era promissor, mudou drasticamente, sobretudo nas últimas semanas. Agora, a classe está com os olhos voltados para o céu, esperando que a solução venha do alto, em forma de chuva.

“Apesar da pouca quantidade de chuvas nos meses de outubro, novembro e dezembro, as lavouras estavam bem formadas, e mesmo com o excesso de chuvas de janeiro, elas tinham um alto potencial produtivo, prometendo uma das melhores, se não a melhor safra da região. Infelizmente as precipitações cessaram no dia 26 de janeiro, e em fevereiro a média foi de cerca de 50 mm. Tudo isso ocasionou uma mudança drástica na situação das lavouras, de forma generalizada, sendo que em alguns casos já ocorreu a morte precoce das plantas”, explicou o presidente da Aiba, Júlio Cézar Busato, sobre o atual cenário.

Segundo o conselheiro técnico da Aiba, Antônio Grespan, a situação é irreversível para muitos produtores, pois faltou água no momento crucial da plantação: o enchimento dos grãos.

“Se chover nos próximos dias ameniza a situação em algumas áreas, mas em outras a perda é grande. A situação é de muita aflição, pois devido à falta de chuva no final do ano muitos agricultores tiveram que fazer o replantio. As lavouras plantadas cedo já estão em colheita, com situações pontuais de boas produtividades, mas as lavouras implantadas no período intermediário e mais tarde  foram e/ou estão sendo severamente  prejudicadas”, disse, atribuindo a culpa ao fator climático El Niño, que, além da falta de chuva, castigou com temperaturas mais elevadas do que a média.

“Lembrando que este não é um problema que afeta somente a Bahia, mas toda macrorregião do Matopiba. Observe-se que os demais estados desta, que historicamente têm climas mais generosos, também atravessam situação similar ou mesmo pior”, ressaltou.

Um levantamento preliminar aponta para uma grande redução da produtividade em todo o Oeste baiano. Com base nesse panorama, os produtores decidiram pedir ajuda à esfera governamental. A Aiba encaminhou um documento à ministra da Agricultura, Kátia Abreu, solicitando o envio de técnicos do Ministério à região para constatar a situação provocada pela seca e, consequentemente, adotar as medidas emergenciais necessárias.

Representantes das entidades de classe, como Aiba, Abapa e dos sindicatos dos Produtores Rurais de Barreiras e LEM estiveram esta semana em Salvador, onde se reuniram com os prefeitos da União dos Municípios do Oeste Baiano (Umob), com a presidente da UPB, os secretários de Infraestrutura e da Agricultura, e com o governador Ruy Costa, em busca de apoio para combater a seca. O deputado estadual Eduardo Salles também participou dos encontros.

“Saímos de uma perspectiva de grande safra para amargar um prejuízo, que ainda não podemos calcular, pois só saberemos o tamanho do problema após o restabelecimento das chuvas ou se não chover nos próximos dias”, enfatizou Busato.

Um novo levantamento feito pelo Conselho Técnico da Aiba, durante reunião extraordinária realizada na semana passada, prevê uma quebra de safra de 33% na cultura da soja e 39% no milho, ocasionando um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões – razão que levou os produtores do Oeste baiano a pedirem aos governantes a decretação de estado de emergência.

 

Ascom Aiba

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