Pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, estão elaborando novos tipos de feijoeiro capazes de se desenvolverem com volume de água até 30% menor que o usual. De acordo com o instituto, a expectativa é de que as novas plantas estejam disponíveis no mercado em cinco anos, porém, alguns cultivares, derivados dos primeiros experimentos, já estão sendo utilizados em regiões onde há menor disponibilidade hídrica.
Segundo o pesquisador do IAC Alisson Fernando Chiorato, estão sendo analisadas 74 linhagens potencialmente resistentes ao estresse hídrico. Os feijões foram trazidos da Colômbia e cruzados geneticamente com espécies brasileiras. Essa modificação gerou a cultivar IAC imperador. Com ela, o tempo de cultivo caiu de 95 dias para 75, reduzindo o tempo de irrigação para a planta se desenvolver.
Para diminuir a necessidade de água na planta, os pesquisadores do IAC buscam materiais precoces e com boa qualidade de raiz. De acordo com Chiorato, a precocidade é importante, pois, quanto mais o feijoeiro fica no campo sem água ocorrem perdas de até 74 kg por hectare diariamente. “Quanto maior o ciclo da planta, mais ela vai sofrer com a falta de água e maior será a perda”, afirma. Alisson também diz que a qualidade da raiz é outro fator importante, pois amplia a absorção de água nas camadas mais profundas do solo e possibilita que a planta absorva mais nutrientes do solo para repassar ao grão.
De acordo com o instituto, a proposta dos estudos é usar os materiais resistentes ao déficit hídrico em regiões em que o veranico tem sido superior a 30 dias sem chuvas. Esse fato tem registrado maior ocorrência nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. “Não estamos desenvolvendo uma planta que não precisa de água, mas sim uma cultivar mais rústica, que crie mecanismos para produzir com menor quantidade de água”, conclui o pesquisador do IAC.
Fonte UAGRO
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