Onde queremos chegar

AIBA - Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia > Notícias > Notícias > Onde queremos chegar

O questionamento do título dessa matéria é bem oportuno diante do contexto agrícola brasileiro. Não por acaso, é o tema central do quarto e último painel do 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto, que acontece em Luís Eduardo MagalhãesBA, entre os dias 9 e 11 de julho. A primeira palestra do Painel 4 – Onde queremos chegar? será A tecnologia e as inovações no campo visando a conservação ambiental, que ficará a cargo de Luiz Antônio Pradella, produtor rural e vice-presidente da Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto – FEBRAPDP na Bahia. Confira a seguir a entrevista na qual, com sua visão lúcida e privilegiada, Pradella fala sobre o que será abordado durante sua apresentação.

Sobre o palestrante

Luiz Antônio Pradella

Produtor rural
Técnico Agrícola
Formado em Administração
MBA Em Estratégia do Agronegócio pela FGV
Vice-presidente da Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto – FEBRAPDP-BA
Conselheiro consultivo da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia – AIBA e da Cooperfarms Cooperativa de Produtores Rurais – Cooperfarms

Por que a temática “A tecnologia e as inovações no campo visando a conservação ambiental” é destaque no 19º ENPDP?

Luiz Antônio Pradella: O principal ator dessa discussão é o solo. Não tem algo de recurso natural mais importante na questão das tecnologias, enfim, da conservação ambiental, de tudo que é proposto ter importância maior que o solo, porque é o solo onde tudo acontece. Então, tanto do preparo quanto das melhorias dos biológicos, ou seja, de primeira a segunda ou mais gerações que estão vindo e que irão vir muito mais para a questão da produtividade, as máquinas, os equipamentos de tecnologia embarcada sempre serão ferramentas da execução desses trabalhos, mas quem realmente vai poder receber a tecnologia, outros biológicos, outras formas, outras genéticas, seja de semente ou de produção animal, sempre será o solo o grande responsável por estar desenvolvendo ali através da sua capacidade de desenvolver plantas, desenvolver grãos, cereais, alimentação direta ou indireta do homem, mas ele sempre será o centro das atenções, portanto, esse cuidado de desenvolvimento da tecnologia tem que sempre estar vindo nesse sentido para ser implementado e melhorar essa questão, seja física, biológica, química, para cada vez mais esse solo estar disponível para produzir mais e melhor, também melhorando sua condição de descompactação, da química biológica, enfim, desse tripé necessário para o acontecimento de toda a produção.

Como diretamente essa questão atua de forma prática no manejo e na performance produtiva do agricultor?

Luiz Antônio Pradella: Atua diretamente no sentido de que qualquer manejo que for executado, principalmente na questão das coberturas das plantas de serviços, tem uma ação direta na resposta ao manejo, à produção. Então, de forma que o manejo estruturado de solo está ligado diretamente à ação produtiva do agricultor na implementação. Podemos até utilizar como exemplo essa última safra que não só no Brasil, mas muitos outros países também no Cone Sul, principalmente na América do Sul, sofreram com a questão da estiagem. Fato que nos permite perceber mais uma vez e com maior intensidade do que na maioria das outras vezes, o diferencial nas respostas de produtividade e produção nos diferentes manejos. Aqueles manejos mais sustentáveis e com mais tempo de história de trabalho, de implementação, que a cada dia que passa o produtor vai melhorando, vai implementando, apresentaram um resultado melhor de produtividade do que aqueles que não tiveram esse mesmo tratamento; ou seja, o solo, ficou mais resiliente à questão das temperaturas mais elevadas, por conta da cobertura, por questão de infiltração de água e manutenção dessa água do perfil do solo, para que a planta pudesse busca-la durante os momentos mais complicados de veranicos. E vivemos vários deles na mesma safra, principalmente na safra 23/24.

Quais os principais pontos abordados durante a sua palestra e o que o espectador terá, ao final da exposição dos conteúdos, incorporado aos seus conhecimentos e poderá levar para sua prática diária na lavoura?

Luiz Antônio Pradella: Durante a apresentação, vamos abordar principalmente os manejos desenvolvidos em nossas propriedades, com o objetivo exatamente do aumento das técnicas sustentáveis, implementação ano a ano de cultura a cultura, de novos modelos de rotação de cultura, de novos modelos de consórcio, como é o caso do consórcio da soja com braquiárias, na última safra, nós tivemos em uma área já expressiva a condução desses trabalhos e a apresentação de resultados práticos do que vem melhorando e o que vai deixando esse solo, nesse sistema de produção mais resiliente, entregando bons resultados de produtividade mesmo em anos bastante complicados. Isto se dá porque com água armazenada no solo, com uma boa infiltração no solo, com boa insolação, realmente se consegue produzir bons números e com qualidade muito boa dos produtos que eles produzem ali por conta desse contexto de solo e também de clima. Então, o objetivo é passar um modelo de produção que quem estiver assistindo poderá tirar ali, talvez, alguma coisa que possa servir para sua lavoura, uma vez que não há uma receita de bolo, e cada um de nós, produtores, juntamente com a consultoria, com a assistência, vai modelando seu sistema de produção de acordo com o solo, de acordo com os recursos naturais da propriedade, os recursos de máquina, da mecanização como todos, da tecnologia embarcada, daquilo que se pode fazer.

Aproveitando o ensejo, gostaria de deixar aqui estendido, mais uma vez, o convite aos produtores, técnicos, pesquisadores, estudantes, todos que possam estar em LEM no mês de julho no 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto para que possam extrair conhecimentos e também network na participação durante os três dias do evento que, pela primeira vez, acontecerá na Região Nordeste do Brasil.

Inscrições e associação à FEBRAPDP

Para participar do 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto e ter acesso aos benefícios de associado, que incluem descontos nas inscrições, basta associar-se à FEBRAPDP (link também disponível no site de inscrição do evento). Dentre os benefícios de ser um associado estão: o certificado exclusivo de associado FEBRAPDP; acesso ao Portal de eventos, onde você confere a programação completa de todos os eventos da FEBRAPDP que foram realizados e gravados; participação gratuita em Web-Fóruns Amigos da Terra FEBRAPDP com direito a certificado, e descontos exclusivos em eventos organizados e apoiados pela FEBRAPDP.

A realização do 19º ENPDP é da FEBRAPDP, que conta com a parceria da própria ABAPA, da Associação dos Criadores Gado Oeste da Bahia – Acrioeste, Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia – AIBA, da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba – Aprosem, da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia – FAEB/SENAR/Sindicatos, da Fundação Bahia, do Governo do Estado da Bahia, do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras – SPRB, do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães – SPRLEM, da Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB e da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.

Da Redação FEBRAPDP

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga-nos no Facebook

Histórico de Publicações

Siga-nos no Instagram

Acesse também