Pela terceira vez consecutiva, entidade recebe recursos do Fundesis – Fundo mantido pelos agricultores
Depois de ajudar na construção e, posteriormente, na ampliação da sede da Casa de Passagem Aloísio Tanajura, os produtores rurais do oeste da Bahia destinam mais recursos à entidade que acolhe crianças em situação de vulnerabilidade. Com intuito de equipá-la para que a mesma possa prestar um serviço ainda mais humanizado e de qualidade às crianças ali assistidas, o Instituto Aiba (Iaiba), entidade que gerencia o Fundo para o Desenvolvimento Sustentável e Integrado da Bahia (Fundesis), mecanismo criado pelos produtores rurais, com o apoio do BNB, para financiar projetos sociais, doou à instituição mobília para vários cômodos.
Com o recurso destinado, a Casa de Passagem adquiriu 22 armários individuais para os dormitórios feminino e masculino, 1 armário para despensa, 1 televisão de 50 polegadas, 1 bebedouro industrial, 1 máquina lavadora, 1 fogão, entre outros equipamentos que viabilizam a operacionalidade da casa. A entrega foi feita oficialmente, nesta quinta-feira (6), pelo superintendente do Iaiba, Helmuth Kieckhöfer; e pela coordenadora do Fundesis, Makena Thomé, representando os produtores rurais da região.
“Muitas pessoas ficam triste quando vão a entidades como esta, mas, ao contrário, eu fico muito feliz por ver o resultado de um trabalho tão sério e bonito como o que é feito aqui. Estão todos de parabéns: os produtores que doam recursos para viabilizar os atendimentos e também os voluntários que doam tempo e amor. Saio renovado, com a certeza de que as crianças que aqui estão são privilegiadas por terem essa segunda chance. Muitos são os que gostariam de tê-la”, falou Kieckhöfer, emocionado.
Para o gestor da instituição, Adriano Tanajura, a Casa de Passagem só funciona plenamente por causa do Fundesis. “Dizem que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes, mas aqui ele caiu três vezes”, disse, se referindo aos três projetos aprovados em editais do Fundesis. “Vivíamos em uma casa alugada, quase sem estrutura digna. Ganhamos o terreno da prefeitura e graças ao Fundesis foi possível erguer a nossa sede própria. Agora vivemos sem medo de sermos despejados por falta de pagamento de aluguel. Em outra ocasião, o Fundesis ampliou a nossa sede, construindo mais um módulo, e, agora, aparelha o nosso lar. Devemos quase tudo que temos e somos à generosidade do produtor rural”, completou.
Segundo a coordenadora do Fundo, a aprovação de diferentes projetos comprova a idoneidade da instituição em trabalhar corretamente e saber aplicar o recurso, prestando contas, como prevê o regulamento. “Se não fosse uma entidade séria o Fundesis não investiria. Sem falar que são projetos apresentados por eles são de grande relevância, com impacto positivo na vida do público atendido. É mais do que gratificante, é emocionante ver o resultado do trabalho realizado aqui, especialmente para mim que acompanho a evolução da Casa de Passagem. Chegamos aqui e isso era um terreno. Hoje, tem cara de lar, de uma grande família”, observou Makena.
Atualmente, a Casa de Passagem Aloísio Tanajura acolhe 20 crianças em situação de vulnerabilidade ou de abandono, não só de Bom Jesus da Lapa, mas de todo o Estado. Desde a sua criação, há nove anos, mais de 400 crianças e adolescentes encaminhadas pelo Conselho Tutelar passaram pelo local. Apesar do nome da entidade, a permanência na Casa é por tempo indeterminado, até que a criança seja reinserida ao convívio familiar ou encaminhada para adoção.
A entidade acolhe as vítimas de violência física, psíquica e até sexual, com acolhimento interno. Além de moradia e alimentação, eles têm atendimento psicológico e social, frequentam a escola regular e realizam atividades lúdicas.
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