Irrigação inteligente é a alternativa para se produzir no semiárido nordestino

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Uma unidade demonstrativa instalada no campus da Ufob, em Barra, pode se tornar exemplo de produção sustentável

 

Iniciativas que visam fortalecer o desenvolvimento econômico, social e ambiental na região Oeste vêm ganhando cada vez mais espaço através de parcerias construídas pela Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e o Instituto Aiba (Iaiba). Entre as ações, destaca-se a implantação da unidade demonstrativa do sistema de irrigação da Naandanjain em área de experimental de dois hectares, no campus da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), no município de Barra. A proposta é utilizar a inovação tecnológica como aliada na governança hídrica.

Para a diretora de Meio Ambiente e Irrigação da Aiba, Alessandra Chaves, com mais esta ação é possível demonstrar, de maneira clara que, ao longo dos anos as entidades do agronegócio têm trabalhado para trazer para a região oeste da Bahia mais inovação e tecnologia, priorizando o desenvolvimento regional de maneira equilibrada, considerando aspectos econômicos, sociais e ambientais.

A nova unidade é umas das primeiras no Brasil e a primeira do Nordeste que conta com sistemas de aspersão, microaspersão e gotejamento, os quais subsidiarão a pesquisa e a extensão com a implantação de culturas diversificadas e adaptadas à região semiárida, tendo como premissa básica alta tecnologia e a eficiência do uso da água.

Um verdadeiro presente para a comunidade acadêmica e toda população de Barra. A área experimental vai capacitar estudantes e produtores rurais, através do contato com a assistência técnica especializada. A expectativa é que o impacto seja muito positivo.

“Esse projeto integra sistema produtivo, universidades e empresas ligadas à agropecuária, com o objetivo de proporcionar o acesso de pequenos produtores à agricultura tecnificada. Outra intenção é buscar a disponibilidade de atividades de ensino, pesquisa e extensão, levando tecnologia e conhecimento adquirido com essa produção às comunidades do município de Barra e seu entorno. Temos, portanto, um sistema modelo que pode ser multiplicado e encaminhado para outros setores que, de fato, sirva como multiplicador, trazendo desenvolvimento socioambiental sustentável para a região oeste da Bahia”, defende Jairo Magalhães, diretor do campus da Ufob em Barra.

Antes mesmo de entrar em funcionamento, a unidade já contabilizava benefícios, pois a sua implantação contou com a mão de obra de alunos do curso de Agronomia. “Vejo essa parceria como algo relevante para a formação dos discentes, porque vem para suprir as necessidades que temos em relação à infraestrutura. É uma experiência agregadora, desde o processo de implantação do projeto, pois foi uma grande oportunidade para que nós pudéssemos conciliar a teoria da sala de aula com a prática do campo”, avaliou o estudante Geraldo Huradson.

Especialista em irrigação, o professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), uma das parceiras do projeto, Aziz Galvão, falou da importância de se desmitificar o uso desta tecnologia apenas entre os grandes agricultores. Segundo ele, a ferramenta pode e deve ser utilizada entre produtores de pequenas áreas, sendo a chave para o desenvolvimento socioeconômico. “Outro aspecto que deve ser esclarecido é a ideia equivocada de que a irrigação diminui o uso da água para outras áreas. A atividade é precedida de estudos sobre a disponibilidade hídrica, e quando os recursos são geridos de forma responsáveis não há prejuízo social nem ambiental. Uma das vertentes do projeto do potencial hídrico da região oeste é justamente o fortalecimento da agricultura familiar nas regiões em que a irrigação é possível”, esclarece, defendendo que a tecnologia é extremamente importante para que se aumente a renda dos pequenos produtores.

Alfredo Menezes, gerente-geral da Naandajain na América do Sul, empresa que realizou a doação do equipamento à universidade, salientou a importância da irrigação para transformar o oeste baiano na potência agrícola e econômica. “Há uma predominância e um impacto positivo da agricultura irrigada no que diz respeito aos grãos e algodão, e hoje a gente percebe claramente que há uma necessidade de se expandir a aplicação desta tecnologia entre os agricultores de menor porte, aplicando sistemas mais adequados para isso, a fim de permitir a expansão da agricultura irrigada na olericultura e outros cultivos, que podem trazer renda e atingir positivamente todo esse perfil de agricultor. É isso que nos motiva a participar de um projeto lindo como este, ao lado de todos esses parceiros: oportunizar e desenvolver esses tipos de sistema na região semiárida do Nordeste. É com muita satisfação que temos instalados vários módulos, a exemplo do que fizemos na Fazenda Modelo, do Instituto Aiba, e na Ufob, além da distribuição de outros kits na região, pois esse projeto permite expandir conhecimento e renda”, observou.

Representando o secretário estadual de Agricultura, Lucas Costa, o superintendente de Políticas do Agronegócio da Seagri, Eduardo Rodrigues, elogiou as iniciativas conduzidas na região oeste da Bahia e destacou que elas servem de exemplo para outras regiões do Brasil e do mundo.

Ascom Aiba

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