A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sediou, entre os dias 11 e 12/08, o seminário “Vazio Sanitário da Soja para Manejo da Ferrugem Asiática”. Realizado pelo Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o evento debate compromissos do setor produtivo no combate a essa doença e o uso do vazio sanitário, período de ausência de plantas vivas nas lavouras, como recurso para diminuir a incidência de casos da ferrugem asiática.
Preocupados com a alta disseminação do fungo da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), uma das doenças de maior gravidade para a cultura na atualidade, pelo grande potencial de perdas na produção, os especialistas debateram no seminário a necessidade de regras mais rigorosas e uma política regional em relação o vazio sanitário. Segundo dados do Mapa, com exceção de Roraima, todos os Estados que possuem cultivo de soja já foram atingidos pela doença, envolvendo uma área de 22 milhões de hectares, causando prejuízo de US$ 2 bilhões de dólares em perdas.
Conforme os especialistas, a ação da doença pode comprometer a produção de alimentos em grande escala para atender a população mundial, cada vez maior. Para eles, é preciso intensificar os cultivos, qualificar o setor produtivo e aumentar a produtividade. Na opinião dos técnicos, no Brasil, têm-se verificado períodos cada vez mais curtos de ausência de lavouras, especialmente nas regiões com uso de irrigação.
Vazio sanitário – Em cumprimento as regras estaduais, no período estabelecido pelo vazio sanitário, todas as espécies voluntárias, hospedeiras de pragas-alvo e doenças devem ser destruídas mediante o uso de produtos químicos ou métodos físicos, como a utilização de grade. Atualmente, os estados da Bahia, Tocantins, Maranhão, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Minas Gerais, Rondônia, São Paulo e o Distrito Federal adotam o regime de vazio sanitário regulamentado. Os agricultores que não cumprem o vazio sanitário estão sujeitos a penalidades.
Ferrugem asiática – Originária da Ásia, a doenças tem grande importância na cultura atualmente pelo potencial de perdas na produtividade. No Brasil, a doença foi detectada no final da safra de 2000/2001, no estado do Paraná, e vem aumentando sua área de ocorrência a cada ano, disseminando-se rapidamente para outros Estados do Brasil. Na safra 2002, foi relatada nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, e na safra 2003/04 ocorreu de forma generalizada, em quase todo o país, causando prejuízos consideráveis em várias regiões produtoras. É atualmente um dos maiores problemas da cultura na região dos cerrados Brasileiros.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA
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