A prevenção e o controle de pragas nas lavouras sempre estiveram entre as atividades mais relevantes na rotina dos estabelecimentos rurais. Essa preocupação aumentou consideravelmente a partir de março de 2013, com um surto da lagarta Helicoverpa armígera, que destruiu plantações desde o Rio Grande do Sul até o estado do Amapá, gerando prejuízos incalculáveis. Como forma de contribuir com o combate à ocorrência de pragas no oeste baiano, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) realizou, pelo terceiro ano, o Curso de Monitoramento de Pragas, com programação teórica, sediada no auditório da instituição, e a prática, no laboratório e os campos experimentais da Fazenda Modelo Paulo Mizote, nos dias 22 e 23 de janeiro.
A primeira palestra, ministrada pelo engenheiro agrônomo Armando de Sá, abordou o Programa Fitossanitário da Aiba e apresentou o cenário do combate às pragas, com foco na cultura da soja. “A ferrugem asiática, assim como outras doenças causadas por fungos, lagartas, ácaros e percevejos tem grande impacto na produtividade e, consequentemente, nos lucros dos empreendimentos agrícolas. Por essa razão é importante preparar o monitor. Ele vai observar, identificar e, de forma antecipada, alertar sobre a época em que devem ser aplicados os defensivos”, disse o palestrante. A agrônoma Kellen Maggioni, doutora em Etomologia, deu prosseguimento ao curso.
O treinamento atraiu estudantes universitários, técnicos da área agronômica e produtores rurais. Érika Beatriz Nogueira Machado, que estuda o 7º semestre de Agronomia na Universidade Estadual da Bahia (Uneb) disse que fundamental para um profissional da agronomia ter conhecimento sobre todos os temas que ele vai encontrar no dia a dia da profissão, principalmente na parte prática. “O certificado do curso, emitido por uma instituição como a Aiba também vai agregar valor à minha carreira e proporcionar maiores probabilidades de conseguir um trabalho”, avalia.
Alguns participantes vieram de locais mais distantes. É o caso da acadêmica Laura Marina, que cursa o 9º semestre de Agronomia da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), da cidade de Barra. Ela explica os motivos do real interesse que tem em trabalhar no combate às pragas. “É uma área que continua crescendo, precisando de profissionais qualificados. O monitor, que antes era conhecido como ‘pragueiro’, está bem mais valorizado. O produtor sabe que é melhor investir recurso na prevenção, em vez de tentar remediar, quando o problema se instala na lavoura”.
Valmir Rocha Júnior, gerente da Fazenda Modelo, destaca outros aspectos importantes da capacitação. “Além de fomentar o ensino, esse treinamento promove a possibilidade de os alunos ampliarem suas redes de relacionamentos uma vez que, entre os participantes temos técnicos, estudantes e produtores. Observamos que em anos anteriores os monitores tiveram alto índice de empregabilidade”.
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