Agropecuária sustenta crescimento de vagas com carteira assinada

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O bom momento vivido pela agropecuária (que já teve impacto no PIB do primeiro trimestre) foi o principal responsável pelo resultado positivo na criação de vagas com carteira assinada em maio.
Entre demissões e contratações, foram criadas 34,2 mil vagas com carteira assinada no país em maio, melhor resultado para o mês desde 2014. O número é metade do obtido em abril (68,1 mil), mas é a primeira vez em mais de dois anos em que há dois meses seguidos de resultados positivos para o emprego.
A agricultura e a pecuária responderam por 46 mil vagas criadas no mês passado. Outros três setores (indústria de transformação, serviços e administração pública) também geraram postos, mas em patamar bem inferior: 4.376.
Ou seja, 90% das vagas criadas surgiram no campo —somente o cultivo de café, concentrado em Minas Gerais, gerou 25,2 mil postos de trabalho formais. A agropecuária foi a principal responsável pela alta de 1% do PIB no primeiro trimestre, com a melhora da safra.
Como outros setores (comércio e a construção civil) tiveram saldo negativo de postos, o saldo geral do mês foi reduzido a 34,2 mil vagas.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, afirmou que apesar da forte contribuição da agropecuária, o resultado deve ser comemorado.
“A economia se consolida mês a mês, e mesmo setores que apresentaram números negativos estão caindo menos do que o período de 2015 e 2016”, afirmou ele.
Na avaliação de economistas, porém, os números mostram que, apesar de o mercado de trabalho estar melhor do que o de 2016, a recuperação vai demorar a criar força.
“É uma reversão lenta, limitada, e vai demorar alguns anos para que se recomponha esses 3 milhões de postos de trabalho que foram perdidos em dois anos, ainda mais com a atividade fraca”, afirma Thiago Xavier, economista da Tendências.
Ele lembra que, em maio do ano passado, a geração de empregos formais foi negativa em 72,6 mil vagas.
“Quando consideramos o longo prazo conseguimos ver sinais mais fortes de melhora”, ponderou. “No acumulado em 12 meses, foram eliminados 102 mil postos de trabalho, mas essa série estava negativa em 1,8 milhão em maio do ano passado.”
No acumulado do ano até maio, foram criadas 48,5 mil vagas formais, também o melhor resultado desde 2014
Segundo o coordenador de estatísticas do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, o pico do emprego costuma acontecer no segundo semestre do ano, mas é difícil prever como o mercado de trabalho vai se comportar.
“O mercado de trabalho é uma caixinha de surpresas.”

Interior
Os municípios fora das nove principais regiões metropolitanas do país geraram 41,1 mil vagas com carteira no mês passado, enquanto as regiões metropolitanas eliminaram 18,6 mil postos.
Minas Gerais, onde se concentra o cultivo de café, foi o Estado que mais gerou vagas em maio, com 22,9 mil postos de trabalho com carteira.

Fonte: Folha de São Paulo

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