A última palestra técnica do 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto, que acontece entre os dias 9 e 11 de julho, em Luís Eduardo Magalhães, BA, falará sobre o Programa de créditos de carbono e pagamento de serviços ambientais. No palco, Dr. João Carlos de Moraes Sá, o famoso Juca Sá, conduzirá o assunto. Segundo ele, nos últimos dez anos, a conjugação desses dois elementos tem sido motivo de frequente questionamento em todas as regiões produtoras do Brasil. Para chegar ao equilíbrio nessa delicada equação, o desafio é grande. Todavia, o desenvolvimento de um programa específico possibilita a organização do passo a passo que vai desembocar nos resultados esperados. É exatamente sobre isso que o pesquisador vai falar. Confira abaixo, na entrevista com o palestrante, uma prévia sobre o que será apresentado.
Sobre o palestrante:
Dr. João Carlos de Moraes Sá (Juca Sá)
· Senior Associate Researcher – CFAES – Rattan Lal Carbon Management and Sequestration Center – The Ohio State University – Columbus, OH, USA
· Presidente da Comissão Técnica-Cientifica da Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto
· Coordenador Científico do Projeto: SPD – Base para Agricultura Sustentável
· Bolsista de Produtividade em Pesquisa, Nível 1D – CNPq
A escolha do tema da última palestra técnica do 19º ENSPD ser “Programa de créditos de carbono e pagamento de serviços ambientais: bases para a implementação” tem uma estreita relação com a proposta central do evento: Sistema Plantio Direto, Sustentabilidade e Segurança Alimentar para o Brasil e o Mundo? Como o senhor faz essa associação?
Juca Sá: O tema em questão tem sido muito debatido nos últimos dez anos, e é comum o agricultor de todos os cantos do Brasil perguntar como que eu posso obter crédito de carbonos e ter acesso ao pagamento dos serviços ambientais. É um desafio muito grande, porque temos que estabelecer premissas e bases sólidas para que a gente possa passo a passo desenvolver um programa. E com base nos resultados do projeto de pesquisa, Sistema Plantio Direto, base para agricultura sustentável, conseguimos definir as principais variáveis e as bases para que a gente possa, com o passar do tempo, ir implementando o programa, que com certeza terá um grande impacto no cômputo geral da rentabilidade do produtor e, ao mesmo tempo, proporcionando um impacto extremamente positivo na preservação dos solos para geração estrutural.
Como diretamente essa questão atua, de forma objetiva, na relação de manejo e performance produtiva que o agricultor tem em sua lavoura hoje e de que forma precisará ter ao olhar para ela (a lavoura) no futuro?
Juca Sá: Iremos mostrar que o Sistema Plantio Direto é o caminho para que nós possamos organizar a propriedade, organizar a agricultura brasileira como um todo, porque é o sistema que realmente proporciona ao mesmo tempo o acúmulo de carbono, o aumento da resiliência, o aumento da rentabilidade dos sistemas de produção e finalmente um ganho ao ambiente, ou seja, preserva o ambiente. E esse tema que nós vamos abordar nós vamos mostrar dois pontos fundamentais que são primeiro o carbono como um serviço ambiental e a água como um serviço ambiental resultante da adoção, manutenção e expansão do Sistema Plantio Direto. Então com isso nós vamos tentar monetizar todo o caminho do carbono e da água para que possamos mostrar ao produtor que se ele aderir, se ele desenvolver e se ele mantiver o sistema na sua plenitude com base nos seus princípios vai ter uma renda muito maior do que a que tem atualmente.
Quais os principais pontos abordados durante a sua palestra e o que o espectador terá, ao final da exposição dos conteúdos, incorporado aos seus conhecimentos e poderá levar para sua prática diária na atividade?
Juca Sá: O foco principal que tem diretamente relação com o produtor é mostrar que o investimento em sistemas de produção com base na adição de carbono vai proporcionar ao seu contexto dentro da propriedade um maior ganho. Ao mesmo tempo, nós vamos trabalhar com outro componente que é a água, que se nós conseguirmos através do Sistema Plantio Direto mostrar que podemos produzir com menos água aportada, ou seja, com um sistema que promova o armazenamento, a redução da evaporação da água, isso nos dará condições de mostrar que todo esse componente pode ser valorizado e ser transformado em um serviço ambiental que vai beneficiar a sociedade como um todo.
Inscrições e associação à FEBRAPDP
Para participar do 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto e ter acesso aos benefícios de associado, que incluem descontos nas inscrições, basta associar-se à FEBRAPDP (link também disponível no site de inscrição do evento). Dentre os benefícios de ser um associado estão: o certificado exclusivo de associado FEBRAPDP; acesso ao Portal de eventos, onde você confere a programação completa de todos os eventos da FEBRAPDP que foram realizados e gravados; participação gratuita em Web-Fóruns Amigos da Terra FEBRAPDP com direito a certificado, e descontos exclusivos em eventos organizados e apoiados pela FEBRAPDP.
A realização do 19º ENPDP é da FEBRAPDP, que conta com a parceria da própria ABAPA, da Associação dos Criadores Gado Oeste da Bahia – Acrioeste, Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia – AIBA, da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba – Aprosem, da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia – FAEB/SENAR/Sindicatos, da Fundação Bahia, do Governo do Estado da Bahia, do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras – SPRB, do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães – SPRLEM, da Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB e da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
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