Os produtores de algodão começam de forma gradativa a fase da colheita no Oeste da Bahia. Segundo maior produtor da fibra no Brasil, o estado deverá manter a produção em alta, com a previsão de manter o patamar de 1,5 milhão de toneladas (caroço e fibra). As máquinas entraram em campo nas propriedades rurais dos municípios de Correntina, Formosa do Rio Preto e São Desidério. Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a previsão é que a Bahia alcance a produtividade de 300 arrobas de fibra/hectare em uma área total de 313.566 mil hectares. Em relação à safra passada, a perspectiva é de manutenção da produção, apesar de uma redução de 5% da área. Os dados são da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).
“Tivemos um início do plantio difícil em dezembro, por causa do baixo nível das chuvas, excesso em abril, e a felicidade de ter chuva em maio. Mesmo sem muita regularidade do clima nesta safra, em termos de produtividade, deveremos manter a produtividade em 300 arrobas/hectare, o dobro que o produtor dos Estados Unidos consegue colher. Isto demonstra que o produtor baiano tem feito o dever de casa e utilizado todo o pacote tecnológico à sua disposição em sementes, adubos e defensivos para a prevenção e combate a pragas, garantindo para o mercado melhor produtividade e qualidade da pluma”, afirma o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão, Júlio Cézar Busato.
A pandemia do novo coronavírus, segundo Busato, não vai interferir na produção no campo, mas sim, na comercialização e no preço. “Temos um isolamento natural no campo e todas as medidas sanitárias para impedir a circulação do vírus vêm sendo tomadas desde que o vírus chegou ao País, possibilitando a manutenção das atividades. Em relação ao mercado, os preços das commodities caíram muito, mas temos total condições de infraestrutura e logística já estabelecidas para a recuperação a médio prazo do nosso negócio. Cerca de 70% do algodão colhido nesta safra já está comercializado, o que garante uma maior tranquilidade do produtor para comercializar o restante da produção em melhor hora”, afirma Busato.
Segundo a Abapa, a próxima safra 2020/2021, deverá ter uma redução média de 20% de área plantada, o que vai assegurar os investimentos dos agricultores do Oeste da Bahia na cultura do algodão. Além das condições de clima, solo propícias, o presidente da entidade explica que os produtores da região vêm formando ao longo dos 20 anos uma infraestrutura no campo com as indústrias de beneficiamento de algodão com pessoal capacitado e um mercado consumidor já conquistado. “Assim como outros setores da economia, quando a crise por conta da pandemia do coronavírus passar, temos a esperança de trabalhar para retomar os investimentos e obter mais rentabilidade futura recuperando as atuais perdas”. A Bahia contribui com a participação de 25% da safra nacional, sendo considerada a área agrícola com a maior produtividade de algodão não irrigado do mundo.
Assessoria de Imprensa Abapa
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