Depois de um ciclo mergulhado em crise, com a sobreoferta da produção que derrubou os preços do café, o mercado da commodity apresenta sinais de melhoras em decorrência da forte estiagem no Brasil, afirmou o Analista da Safras e Mercado, Gil Carlos Barabach, em encontro com cafeicultores do Oeste da Bahia, no último dia 12 de março, em Luís Eduardo Magalhães. “Está mais fácil falar de café hoje, se comparamos há cinco meses”, reforçou o analista.
Durante o evento promovido pela Associação dos Cafeicultores do Oeste Baiano (ABACAFÉ) e patrocinado pela Cooproeste, Barabach foi bastante taxativo quanto ao mercado atual. “O produtor ainda precisa de muita cautela nesse momento, olhar com atenção para o mercado, pois saímos de uma situação de abundância e excesso para carência e déficit produtivo. Além disso, é preciso ter em mente que o preço de uma commodity oscila conforme o custo de produção e no mercado do café costuma-se dizer que o preço sobe de escada e desce de elevador”, ressalta.
No cenário de produção atual, o país volta a produzir em relação a safra passada, porém com poucas chances de suprir a demanda nacional e de exportação, segundo o analista. A Organização Internacional do Café (OIC) prevê um déficit global de ‘pelo menos dois milhões de sacas’ para a safra 2014/2015. Com isso, o Brasil será obrigado a revisar sua previsão de sacas para esse ano. Hoje, a demanda interna é de R$ 21 a 22 milhões e 30 milhões de sacas para exportação, que representa 80% do mercado exportador.
Ainda segundo o analista, o país possui capacidade para superar essa crise enfrentada pela cafeicultura, mas, para tanto é importante entender a atual dinâmica do mercado e buscar novos horizontes, sem perder competividade. “Não existe fórmula mágica. Precisamos ficar atentos com o tempo seco no Vietnã; avaliar o tamanho da quebra no Brasil; analisar o preço do dólar e ao aumento na safra na Colômbia, além da possível troca do tipo arábica por robusta para daí definirmos quais caminhos seguir no mercado do café”, pontua.
Indicação Geográfica
Segue em análise final junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o convênio da ABACAFÉ o qual dispõe do registro de Indicação Geográfica do café produzidoOeste da Bahia. A informação foi confirmada pelo diretor de relações institucionais da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), Ivanir Maia, ex-secretário executivo da ABACAFÉ, responsável por desencadear junto com os cafeicultores o projeto.
Com a emissão da chancela por parte do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pela concessão, prevista para os próximos doze meses, o café tipo arábica produzido nesta região, reconhecido pelo sabor agradável, entra no mercado com grande diferencial competitivo. “O trabalho de Indicação Geográfica realizado aqui no oeste é um dos poucos realizados no país. É um trabalho inédito que proporcionará novas condições de mercado em relação aos seus similares disponíveis”, comenta Maia. Entre os itens pelo INPI, estão características naturais, como solo, vegetação, clima e humanas (história e modo de preparo).
Fonte: Abacafé
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