Aiba fomenta a adoção de boas práticas agrícolas entre os seus associados

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Orientações têm contribuído para a conservação do bioma Cerrado no oeste baiano

Em três décadas de atuação, a Aiba tem militado nas mais diferentes frentes, sempre atenta em aliar alta produtividade agrícola com baixos impactos ambientais. Na busca pela sustentabilidade, a Associação conduz importantes projetos e executa ações cujos resultados são notórios. Prova disso foi a criação de um Centro Ambiental para atender e orientar pequenos, médios e grandes produtores rurais, fomentando as boas práticas agrícolas, que tem gerado grandes resultados para a conservação da vegetação nativa, a manutenção da biodiversidade e da preservação dos ecossistemas em diversas regiões do mundo.

Esse trabalho de conscientização tem transformado a realidade do Oeste baiano, do ponto de vista socioeconômico e, sobretudo, ambiental. Os resultados diretos são a melhoria da qualidade do solo e o aumento da produtividade, sem grandes pressões nos recursos naturais. A receita do sucesso é simples: o emprego da tecnologia somado à adoção de medidas simples, a exemplo do manejo correto do solo, do controle dos resíduos e o uso racional dos recursos hídricos.

O modelo de agricultura praticado no Oeste da Bahia tem colocado a região em lugar de destaque, tornando-a referência em agricultura de sustentável. Segundo os números do Cadastro Ambiental Rural (CAR), nos 11 milhões de hectares, distribuídos por 24 municípios da região, as áreas conservadas ou em processos de recuperação estão, em sua maioria, dentro de propriedades privadas.

Ainda de acordo com o levantamento, a soma de entre as áreas de Preservação Permanente (314 mil/ha), vegetação nativa (mais de 2,2 milhões de hectares) e reservas legais (1,6 milhão de hectare) representa que cerca de 40% do território está conservado. A preservação é uma obrigação legal, fiscalizada com rigor pelos órgãos responsáveis, mas os agricultores baianos vão além do que determina a legislação, se colocando entre os que mais preservam o meio ambiente no mundo.

Alessandra Chaves, diretora de Meio Ambiente e Irrigação da Aiba vê uma relação de equilíbrio entre a produção rural e a preservação. “A sustentabilidade tem sido um dos principais enfoques da agricultura nas últimas décadas. Com isto, produtores rurais, comunidade científica e outros profissionais, juntos, têm buscado inovação, associada à transferência de conhecimento e tecnologia. Eles têm priorizado não somente o cumprimento legal, mas, também, a adoção de sistemas de produção cada vez mais eficientes, contribuindo para reduzir impactos. Isto amplia, de maneira paralela, a produtividade e o lucro”, pontua.

A bióloga ressaltou, ainda, a importância das áreas remanescentes de vegetação nativa, dos imóveis rurais, como refúgio de diversas espécies de plantas, local de reprodução, nidificação e habitat de várias espécies do Cerrado.

A Aiba vem trabalhando, ainda, com ações sustentáveis nos empreendimentos rurais e comunidades vizinhas. O conceito de landscapes – paisagens – propõe o fomento do desenvolvimento regional, destacando os esforços de redução dos impactos. Um dos projetos mais destacados, nesse sentido, é o Plano de Manejo da APA bacia do Rio de Janeiro, área com 352 mil hectares, onde foram executadas medidas de preservação e recuperação. Paralelamente, houve a promoção da educação ambiental, tendo como público alvo a população residente nesses territórios. Os habitantes aprenderam que a preservação é fundamental para que continuem ocupando esses terrenos e possam tirar o sustento de um modelo agropecuário que preza pela produção, sem abrir mão da sustentabilidade.

Uma parceria envolvendo as entidades agrícolas e dez municípios direcionou o foco para a melhoria da disponibilidade de águas superficiais e, com um intenso trabalho, proporcionou a identificação de 220 áreas passíveis de condução de ações ambientais, com foco na preservação de nascentes. Destas, 55 áreas foram trabalhadas, recebendo intervenção para a recuperação dos minadouros e capacitando mais de 1.200 pessoas de comunidades ribeirinhas. Os municípios de Barreiras, Baianópolis, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães, Correntina, Jaborandi, Cocos, Mansidão, São Desidério e Wanderley participaram do projeto.

O presidente da Aiba, Celestino Zanella, lembra que as diversas iniciativas conduzidas pela entidade promoveram uma transformação, no ambiente e na mentalidade das pessoas, sobre a necessidade da prática de uma agricultura sustentável. Entre as principais iniciativas, destacam- se: o Centro de Apoio a Regularização Ambiental em parceria com a Abapa e o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), com diversas ações como as Unidades de Monitoramento e Combate aos Incêndios Florestais, que atua em uma área de 790 mil hectares; o Programa de Coleta de Pilhas e Baterias, que desde o início da campanha já coletou mais de 170 kg de resíduos perigosos, evitando a poluição da água e do solo, que poderia trazer problemas graves à saúde da população.

Outra importante frente de atuação em favor do meio ambiente é o Estudo do Potencial Hídrico do Oeste da Bahia, um conjunto de estudos sobre água superficial, subterrânea e uso e ocupação do solo, conduzidos por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Nebraska (EUA).

“A região oeste da Bahia é uma das mais ativas fronteiras agrícolas do mundo, com potencial de aumento da produção irrigada, tanto na agricultura empresarial quanto na de pequena escala, mas este crescimento deve ser justo e sustentável, principalmente a longo prazo”, disse Zanella.

O dirigente agrícola comentou, ainda, que, de maneira complementar, as instituições representativas dos produtores têm apoiado estudos sobre solos, conduzidos em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Oeste (Ufob), Universidade Estadual da Bahia (Unesb) e Unifasb, que juntos têm trazido resultados importantes e inovadores sobre o manejo do solo, segurança hídrica e governança da região.

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