Os produtores de algodão têm até 20 de setembro para destruir todas as soqueiras e tigüeras dos cultivares, quando então começa o Vazio Sanitário, período de 60 dias no qual não se pode manter lavouras nem plantas voluntárias de algodão no território baiano. A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Seagri, publicou no Diário Oficial da União do último sábado, 30 de agosto, a portaria Nº 148, que estabelece a prorrogação do arranquio de soqueiras em 20 dias para o controle mais eficiente de supressão populacional das pragas.
A medida provoca a quebra do ciclo reprodutivo das pragas, a exemplo do bicudo – principal praga do algodoeiro com maior potencial de dano à lavoura e relevância econômica -, em decorrência da falta de local para a alimentação. A não destruição dos restos culturais do algodão leva a infestações incontroláveis ou exigem do agricultor inúmeras pulverizações, elevando os custos de produção ou inviabilizando o cultivo do algodão na região.
“As soqueiras tem que ser eliminadas imediatamente após a colheita do algodão para evitar que o bicudo continue se reproduzindo. Isso é um compromisso do produtor firmado com o Governo do Estado, já que precisa ser cumprida a legislação fitossanitária vigente. O produtor que não fizer isso estará colocando em risco as propriedades vizinhas e toda a produção baiana”, disse o coordenador do Projeto Fitossanitário do Algodão da Adab, Urbano Cardoso. Ele ainda lembra que, se não forem cumpridas as medidas fitossanitárias, o produtor será multado, podendo ficar de fora do Proalba, programa do governo de incentivo à cultura do Algodão.
O algodoeiro tem ciclo contínuo, ou seja, continua vegetando após a frutificação. O diretor de Defesa Sanitária Vegetal, Armando Sá, esclarece que a manutenção das plantas no campo, depois da colheita, permite que elas produzam novas floradas e assim hospedem o bicudo, mantendo alto o índice populacional da praga na entressafra. “A interrupção da multiplicação da praga exige ausência de algodoeiros vivos na entressafra por um período não inferior a 60 dias, por isso a necessidade de iniciar o Vazio Sanitário logo após o término do período de arranquio das soqueiras.
A ADAB vem trabalhando preventivamente nas regiões oeste e sudoeste da Bahia para o controle do bicudo e outras pragas do algodão, com o apoio da Abapa e do Fundeagro. “Analisamos e atendemos ao pleito do setor produtivo e fazemos o que está sob nossa alçada em prol da produção de algodão no Estado, sempre atrelada à fitossanidade, no que se refere à legislação, aos métodos de manejo adequado da lavoura e controle para interromper a proliferação do bicudo (Anthonomus grandis), como a destruição de soqueira e tigüeras, bem como o transporte correto de capulho, caroço e algodão que constituem focos de pragas”, ressaltou Sá.
O prazo para a eliminação das soqueiras terminou oficialmente no último domingo, 31 de agosto, e a prorrogação para a safra 2013/2014 aconteceu em caráter excepcional, em atendimento ao pleito da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), que representa todos os cotonicultores do setor produtivo.
Ascom Adab, com informações da Seagri e Abapa
Crédito Fotográfico: Arquivo Abapa
Deixe um comentário