Safra 2016/17 impulsiona melhora de resultados das companhias agrícolas

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A safra 2016/17 tem tudo para se confirmar como a da recuperação das maiores empresas produtoras de grãos do país. Se a safra 2015/16 foi extremamente penalizada pelo El Niño, o ciclo que se encerrou oficialmente no dia 30 de junho encontrou um “clima quase perfeito” para o desenvolvimento das culturas de soja, milho e algodão. E a alta produtividade decorrente desse cenário favorável deve ter se traduzido em aumento de receitas no segundo trimestre, segundo analistas.

Dentre as culturas, o algodão, com cotações mais altas que no ciclo anterior, destaca-se e deve ter sido responsável pelo aumento da rentabilidade das grandes produtoras no período. A desvalorização do real, reflexo da crise política no país, também deve ter beneficiado essas empresas.

Embora a cotação do dólar já tenha voltado para mais perto do patamar pré-crise, a alta de 8% em apenas em um dia (18 de maio, após o vazamento das informações da JBS) foi uma oportunidade para as empresas fixarem vendas do ciclo 2017/18, que ainda nem começou a ser semeado.

Mas é principalmente o lado operacional que deve ter garantido às empresas um desempenho favorável no trimestre que terminou. E a produtividade deve ser o fator preponderante nos resultados de 2017. “Eu arrisco a dizer que, para o algodão, teremos a melhor produtividade dos últimos dez anos em algumas regiões”, afirma Gabriel Lima, analista do Bradesco BBI, destacando que esse desempenho vai impulsionar, especialmente, os resultados da SLC Agrícola.

Cerca de 40% da receita da companhia e 75% da geração de caixa têm origem nas vendas da fibra. No primeiro trimestre do ano, a SLC teve lucro líquido de R$ 83.9 milhões, resultado recorde para o período e uma recuperação expressiva em relação a igual intervalo de 2016, quando havia registrado prejuízo líquido de R$ 2.7 milhões. O desempenho no primeiro trimestre do ano foi determinado por uma produtividade superior à inicialmente prevista e pela comercialização antecipada, com preços em patamares mais altos que as atuais cotações.

Os resultados da Terra Santa (ex-Vanguarda Agro) no primeiro trimestre tiveram recuperação invejável. O lucro líquido somou R$ 33.07 milhões, avanço de mais de 11 vezes em relação aos R$ 2.95 milhões do mesmo trimestre de 2016. O resultado também foi puxado pelo aumento da produtividade das lavouras da companhia. Considerando só a produção de soja, responsável por cerca de 50% das receitas da Terra Santa, a produtividade saiu de 50 sacas por hectare na safra 2015/16 para 60 sacas no ciclo 2016/17.

Na mesma toada, a BrasilAgro, companhia focada no desenvolvimento de terras agrícolas com atuação no Brasil e no Paraguai, registrou lucro líquido de R$ 4.541 milhões no terceiro trimestre fiscal de 2017 (safra 2016/17), encerrado em março. Em igual período da temporada passada, a empresa teve prejuízo líquido de R$ 21.441 milhões. A BrasilAgro também registrou produtividade acima da inicialmente esperada para soja e milho, tanto no Brasil quanto no Paraguai.

A expectativa é que a recuperação continue nos próximos trimestres, uma vez que as previsões climáticas indicam um cenário sem grandes eventos severos. “O ponto é que estas companhias estão muito expostas ao clima, e os últimos resultados mostram isso”, disse Lima. É preciso observar que, embora a safra 2016/17 esteja oficialmente encerrada, as colheitas de milho da segunda safra e de algodão ainda estão em curso.

O Bradesco BBI projeta que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da SLC deve subir 74,3% este ano em decorrência do clima mais favorável. E a margem Ebitda deve passar de 15,6% para 21,9%. Para a Terra Santa, a projeção é de que o Ebitda mais que dobre, passando de R$ 70 milhões, em 2016, para R$ 149 milhões neste ano, com a margem saindo de 8,3% para 17%. Para 2018, a previsão é ainda mais otimista, com Ebitda chegando a R$ 190 milhões e a margem a 19,8%.

“O desafio dessa empresa é a alavancagem”, disse o analista do Bradesco BBI, destacando que a redução da relação entre dívida líquida e Ebitda vai depender das condições climáticas para a safra 2017/18, que acaba de se iniciar oficialmente.

Fonte: Valor Econômico

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