Palestra com produtores foca resiliência e rentabilidade da lavoura

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Praticamente fechando as atrações de conteúdo técnico no último dia do 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto, estará o bloco de palestras sobre Sistemas de produção resilientes e rentáveis, que trará como destaque a experiência pessoal de sucesso de três agricultores: Alan Juliani, produtor rural em São Desidério, BA; Leonardo Coda, produtor em Florínea, SP, e José Carlos Macedo Soares, o famoso Zecão, produtor rural em Lucas do Rio Verde, MT. Eles irão trazer relatos objetivos do que experienciam na prática de suas rotinas e na relação direta que o Sistema Plantio Direto tem para a sustentabilidade ambiental e econômica do modelo produtivo. O 19º ENSPD acontece entre os dias 9 e 11 de julho, em Luís Eduardo Magalhães, BA. Abaixo, confira as entrevistas concedidas por Coda e Juliani.

Sobre os palestrantes:

Alan Juliani é formado em Administração de Empresas e produtor rural na fazenda São Miguel, da Juliani Agro, em São Desidério, BA

Leonardo Coda é agricultor no Vale do Paranapanema, em São Paulo, conselheiro fiscal da FEBRAPDP e vice-presidente da Associação de Plantio Direto do Vale Paranapanema – APDVP

Por que o tema ” Sistemas de produção resilientes e rentáveis ” é destaque no 19º ENSPD?

Alan Juliani: O Sistema Plantio Direto é um sistema pessoas resilientes e cujo manejo é sustentável e rentável também, mas é que nem todos os setores, tanto na agricultura convencional como na agricultura de plantio direto, têm que ser feitos de forma muito, muito bem-organizada, manejada e trabalhada. Não é uma coisa do dia para a noite que você vai querer os resultados do plantio direto. Quanto mais o tempo vai passando, melhor o SPD vai se tornando. A matéria orgânica no solo vai aumentando, a lavoura vai ficando mais fértil. Então, o que eu posso dizer é que o plantio direto, sendo bem-feito, sendo bem-organizado, bem manejado, é sim rentável. Isso tanto para o solo, que é uma agricultura sustentável, uma agricultura regenerativa, quanto para o proprietário da terra, que também vai extrair seus rendimentos dessa mesma área. Ele vai preservar o solo e ganhar mais dinheiro com isso também. Então, eu acredito que o Sistema Plantio Direto é o futuro da agricultura dentro desses moldes que a gente está pensando a agricultura sustentável para o futuro.

Leonardo Coda: O Sistema Plantio Direto com todas suas características de rotação de culturas e técnicas de integração tem como característica principal conferir resiliência aos sistemas agrícolas de produção, devido ao acúmulo de palha na superfície onde temos temperaturas menores no solo e menor evapotranspiração. Temos também um maior acúmulo de matéria orgânica com aumento da fertilidade biológica no solo, com melhor aproveitamento dos nutrientes do solo. Essas características promovem um incremento na produção, o que torna o sistema mais rentável também.

Como diretamente essa questão atua de forma prática no manejo e na performance produtiva do agricultor?

Alan Juliani: Vejo o Sistema Plantio Direto como o futuro, assim como os insumos biológicos e tudo o que torna a agricultura mais sustentável. Um complementa o outro. O SPD precisa de fertilizante, de calcário, gesso, como se fosse uma agricultura normal, só que de uma maneira mais sustentável. Não se gasta tanto com combustível, só revolve o solo em últimos casos. Trabalha-se com palhadas, diversificações de cultura. A gente sempre pensa na cultura posterior, nem sempre fazendo o ideal, mas fazendo o que é possível. Nem sempre conseguimos fazer a quantidade de palhada ou de rotação que desejamos, mas sim a que conseguimos. Então, o que eu vou mostrar é o que a gente pode fazer no ambiente que a gente tem. Fazer o que é necessário e que já é de bom tamanho. Você queria uma braquiária, digamos, com doze toneladas por hectare depois da soja. Isso é o ideal. Mas quando obtém uma produção de quatro ou cinco toneladas, já é alguma coisa e já agrega muito também dentro do sistema.

Leonardo Coda: A adoção do Sistema Plantio Direto na íntegra propicia uma melhora significativa na fertilidade do solo como um todo, tanto química, como física e biológica. Trazendo um incremento significativo na performance produtiva do agricultor.

Quais os principais pontos abordados durante a sua palestra e o que o espectador terá, ao final da exposição dos conteúdos, incorporado aos seus conhecimentos e poderá levar para sua prática diária na lavoura?

Alan Juliani: Eu vou mostrar que você tem que sempre estar fazendo com o máximo de capricho, o máximo de formação de palhada, o máximo de cuidado com a parte biológica do solo. Isso tudo somado, converge para um sistema de manejo que vai fazer a propriedade, no final, se tornar sustentável e rentável, que é o que todos nós procuramos. Resumindo, a gente faz, a gente tenta sempre fazer tudo que é possível com o que temos na mão. Com a quantidade de água pós-colheita, com a cultura anual que vamos fazer, que às vezes não é mais rentável, mas temos que colocar no sistema. É isso que precisamos ter sempre em mente. Pensando no sistema, adubação do sistema, fertilização do sistema, tudo ao decorrer o tempo vamos aprendendo. É importante salientar também que não existe receita de bolo para o Sistema Plantio Direto. Então, a nossa fazenda se adapta de uma determinada forma, por exemplo, soja-braquiária, soja-milho, soja-milheto, soja-sorgo na safrinha; outras fazendas se adaptam com outros tipos de cultura, usando sojas mais precoces, sojas mais tardias. Cada fazenda tem um modelo. Precisamos tentar seguir ao máximo os passos do SPD, não revolver o solo, fazer adubação de sistema, etc. No entanto, estamos sempre mudando alguma coisa lá na propriedade, mudando uma variedade de braquiária, de panicum… Estamos mudando alguma coisa e investindo em coisas novas. O produtor não pode ficar parado achando que o Plantio Direto por si só vai fazer tudo, ele precisa de manejo, precisa de cuidado e, pode ter certeza, se torna muito sustentável.

Leonardo Coda: Na minha palestra, quero abordar a importância da rotação de culturas nas formas de integração. Integração lavoura-pecuária, integração grãos-cana-de-açúcar. Além da adoção de recursos e tecnologias como irrigação e sistemas de armazenamento de grãos na propriedade que garantem uma estabilidade de produção e uma melhor gestão do sistema de produção como um todo.

Convite

“Já iniciamos a contagem regressiva para o 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto, que acontece entre os dias 9 e 11 de julho, aqui em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, de onde estou convidando vocês agricultores, agricultoras, estudantes, professores a virem participar conosco e aprendermos mais com os especialistas que aqui estarão nos trazendo mais conhecimento, mais informação para que possamos implementar o desenvolvimento da cadeia. Inscreva-se e venha participar desse grande evento que acontecerá aqui na nossa cidade!”, convida Carminha Missio, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia – Faeb.

Inscrições e associação à FEBRAPDP

Para participar do 19º Encontro Nacional do Sistema Plantio Direto e ter acesso aos benefícios de associado, que incluem descontos nas inscrições, basta associar-se à FEBRAPDP (link também disponível no site de inscrição do evento). Dentre os benefícios de ser um associado estão: o certificado exclusivo de associado FEBRAPDP; acesso ao Portal de eventos, onde você confere a programação completa de todos os eventos da FEBRAPDP que foram realizados e gravados; participação gratuita em Web-Fóruns Amigos da Terra FEBRAPDP com direito a certificado, e descontos exclusivos em eventos organizados e apoiados pela FEBRAPDP.

A realização do 19º ENPDP é da FEBRAPDP, que conta com a parceria da própria ABAPA, da Associação dos Criadores Gado Oeste da Bahia – Acrioeste, Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia – AIBA, da Associação dos Produtores de Sementes dos Estados do Matopiba – Aprosem, da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia – FAEB/SENAR/Sindicatos, da Fundação Bahia, do Governo do Estado da Bahia, do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras – SPRB, do Sindicato dos Produtores Rurais de Luís Eduardo Magalhães – SPRLEM, da Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB e da Universidade do Estado da Bahia – UNEB.

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