A AgBiTech Brasil obteve esta semana o registro do Ministério da Agricultura para seu novo inseticida biológico Surtivo Soja. Indicado ao controle das lagartas Helicoverpa armígera e Chrysodeixis includens, o produto constitui a primeira pré-mistura de baculovírus desenvolvida no mundo para manejo de pragas agrícolas. De acordo com a companhia, a tecnologia de Surtivo Soja vem sendo testada no Brasil há dois anos, com a participação de grandes produtores unidos a cientistas de universidades e órgãos oficiais.
Segundo a vice-presidente global da AgBiTech, a entomologista Paula Marçon, o desenvolvimento do produto nas lavouras brasileiras exigiu investimentos representativos e envolveu mais de 150 experimentos de larga escala, realizados em regiões da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Participaram dos estudos grupos agrícolas e renomados pesquisadores brasileiros.
“Na Bahia, onde a pressão de Chrysodeixis includens em soja convencional tem sido significativa, o manejo com uma única aplicação de Surtivo Soja trouxe controle superior ao obtido no programa padrão do produtor, em que foram feitas múltiplas aplicações de inseticidas químicos”, destaca Paula Marçon.
De acordo com a entomologista, doutora na área, no controle da Helicoverpa armigera o novo Surtivo Soja teve desempenho semelhante, “com excelente proteção das vagens contra dos danos dessa praga, que é conhecida por sua agressividade”. “Uma das características notáveis do produto é o longo período de controle proporcionado, superior a quarenta dias”, continua Paula.
Ela afirma que esse diferencial está relacionado, principalmente, ao fato de lagartas infectadas pelo produto Surtivo Soja contaminarem outras lagartas da lavoura em múltiplos ciclos de infecção, um efeito chamado de ‘epizootico’.
O diretor geral da AgBiTech para a América Latina, Adriano Vilas Boas, afirma que o novo Surtivo Soja estará disponível para comercialização na safra de verão que se aproxima, juntamente a outros três bioinseticidas da empresa já registrados no País. Vilas Boas assinala que os principais trabalhos científicos de Surtivo Soja desenvolvidos no Brasil serão apresentados no Congresso Latino-Americano de Entomologia, que ocorrerá no mês de setembro próximo, em Gramado, RS.
Na Austrália, onde foi fundada no ano 2000, a AgBiTech é a líder do mercado de proteção biológica de cultivos. Em 2015, a empresa construiu uma fábrica nos Estados Unidos, com investimento de US$ 12 milhões e capacidade para atender a uma demanda global da ordem de 15 milhões de hectares de lavouras. Também em 2015 a AgBiTech decidiu investir fortemente no Brasil, a partir da montagem de uma ampla estrutura de pesquisa e desenvolvimento.
De acordo com Vilas Boas, a operação comercial brasileira da AgBiTech começa para valer na safra 2018-19. A expectativa da companhia é a de assumir, até 2021, a primeira posição do mercado de bioinseticidas para lagartas. Este mercado deverá movimentar entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em 10 anos, conforme projeções da indústria.
Além de Surtivo Soja, a AgBiTech inicia sua estratégia de negócios no País com a distribuição dos lagarticidas Armigen, Cartugen, e Chrysogen. O primeiro é recomendado no controle de lagartas dos gêneros Helicoverpa e Heliothis; o segundo tem como alvo a lagarta Spodoptera frugiperda e o terceiro à lagarta Chrysodeixis includens. Outros dois novos produtos da empresa, que controlam também a lagarta Spodoptera eridania, têm lançamento previsto para a safra 2019-20.
Fonte: Cultivar
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