A Coaceral foi a segunda comunidade agrícola do oeste da Bahia a sediar o ciclo 2018 de reuniões da Aiba e Abapa. Na noite desta quinta-feira (26), representantes das duas entidades de classe se reuniram com os produtores rurais da região para tratar das demandas locais. O encontro é o momento em que as instituições se aproximam dos associados, a fim de ouvir os seus pleitos coletivos e tentar defendê-los juntos às esferas municipal, estadual e federal.
Um dos maiores problemas enfrentados pelos agricultores da região é a falta de energia elétrica. Mesmo sendo a maior área produtiva do Estado, a Coaceral não possui uma subestação que atenda de forma efetiva as propriedades rurais. Esta é uma antiga reivindicação da Aiba junto ao governo do Estado. Apesar das constantes cobranças, o processo esbarra na morosidade e burocracia.
“A Associação tem acompanhado isso de perto, mas voltamos à estaca zero, pois a empresa que traria energia para região abriu falência. Com isso, quem paga o preço são os produtores, que não podem expandir sua produção”, comentou o presidente da Aiba, Celestino Zanella, que mantém diálogo frequente com o governador Rui Costa e com o secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti.
Segundo Zanella, para atender exclusivamente à demanda do campo, o oeste da Bahia precisa de 100 megawatts por ano. Destes, há uma tentativa de trazer ao menos 15 megawatts para a Coaceral. “A Aiba, enquanto representante coletiva dos produtores, tem cobrado isso do governo, mas eu sugiro que cada produtor daqui procure à Coelba e manifeste o interesse em receber essa energia e assine um contrato para garantir a implantação da mesma”, orientou.
Outra dificuldade enfrentada pelos moradores da Coaceral é a comunicação, já que os sinais de telefonia e de internet são precários. Presente na reunião, o prefeito de Formosa do Rio Preto, Termosires Neto, comentou que pretende investir parte do valor arrecadado com o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) para minimizar o problema. “Já estamos vendo isso com as empresas responsáveis. Eu peço a vocês só mais um tempo para que possamos solucionar”, afirmou.
Apesar dos problemas estruturais, a Coaceral tem recebido algumas melhorias, através de ações da Aiba e Abapa. Os próprios agricultores, por meio das associações representativas, estão executando importantes obras na região, a exemplo de recuperação de estradas, corte na serra do Sapão e construção de duas pontes: uma sobre o rio Sapão, que deve ser concluída em setembro próximo; e outra sobre o rio Preto, já em fase final. “Estamos fazendo um investimento de mais de R$ 3 milhões só em pontes, para melhorar a vida do produtor rural”, destacou o vice-presidente da Aiba, Luiz Pradella.
O presidente da Abapa, Júlio Busato, falou da importância da colaboração dos agricultores à Operação Safra, que tem mostrado resultados efetivos na redução de ocorrências nas fazendas. “A operação não pode deixar de existir, pois assim voltaríamos ao clima de insegurança física que vivíamos antes dela. Muitos produtores aqui ainda convivem com a insegurança jurídica, mas a insegurança física reduziu notoriamente graças à atuação da polícia”, ressaltou.
As ações dos programas Soja Plus e Fitossanitário da Aiba e da Abapa também foram apresentadas à comunidade. Os agricultores foram incentivados a aderirem às iniciativas para se adequarem às exigências e evitarem multas.
Ascom Aiba
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